Fundação do Partido Comunista Chinês: heroísmo e tragédia

Há um século, em 1º de julho de 1921, o Partido Comunista Chinês foi fundado. Começou como um partido revolucionário genuíno liderado por quadros dedicados e heroicos, mas veio abaixo ante a trágica derrota na revolução de 1925-27. Hoje, o PCCh é um instrumento de dominação capitalista, mas sua história inicial está repleta de lições inspiradoras e de advertências para os revolucionários de hoje. Para saber mais sobre a Revolução Chinesa, indicamos a leitura dos artigos “China e sua história revolucionária” e “Os tortuosos caminhos até a Revolução Chinesa de 1949“.


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Este mês, o Partido Comunista Chinês (PCCh) celebra seu 100º aniversário. O PCCh conseguiu coisas surpreendentes. Ele liderou a Revolução Chinesa, uma luta épica pelo poder que durou mais de duas décadas. No entanto, é seguro dizer que o partido fundado há 100 anos era o oposto do que é hoje. Hoje, é um partido comunista só no nome. Ele lidera um Estado que defende o capitalismo. Mas, há um século, foi fundado por comunistas dedicados, dispostos a arriscar suas vidas para derrubar o Estado capitalista.

O partido foi fundado como uma organização bolchevique saudável. Mas, em apenas alguns anos, esses começos promissores foram distorcidos pela forte interferência stalinista de Moscou, que levou à derrota da primeira Revolução Chinesa em 1925-27. Aqui examinaremos a fundação do partido e essa trágica revolução.

Guerras do ópio e humilhação imperial

A China estava a caminho da revolução social desde que a Grã-Bretanha a arrastou para o mercado mundial nas criminosas Guerras do Ópio (1839-42 e 1856-60). Os britânicos usaram o aríete viciante do ópio para abrir o mercado chinês, criando empobrecimento em massa, falta de terras e a decadência da velha ordem social, que os britânicos sustentavam.

No início do século 20, havia um fermento de discussão entre os jovens sobre como reviver, renovar e modernizar a China. No início, a ideia dominante era reformar a China em uma monarquia constitucional ou sistema parlamentar burguês. Mas o antigo regime não iria se reformar. Como resultado, várias organizações e jornais revolucionários proliferaram. Mas as ideias socialistas, e certamente as marxistas, ainda não haviam realmente penetrado na sociedade chinesa.

A podridão do antigo regime era profunda, e território após território foi cedido a vários imperialistas. Em 1911, ocorreu uma “revolução”, o Imperador abdicou em 1912 e uma república foi declarada. Parece que a China finalmente teve sua revolução burguesa. No entanto, apenas nove anos depois se formaria o Partido Comunista Chinês e dentro de outros quatro anos, uma segunda revolução, muito mais abrangente, teria início.

Esta “revolução” foi realmente realizada pela pequena nobreza local, por militares e burocratas insatisfeitos. Seu líder, Sun Yat Sen, se mostrou comprometido e respeitoso tanto com o antigo regime quanto com as potências imperialistas. O imperador foi autorizado a permanecer em seus palácios, mantidos às custas do Estado. Em outras palavras, a “revolução” foi simplesmente uma mudança de pessoal no topo.

Foi o fracasso dessa revolução que levou à radicalização da juventude chinesa e, principalmente, do nascente proletariado chinês. Em 1919, muitos ainda olhavam com esperança para as negociações de paz de Versalhes após a Primeira Guerra Mundial. Eles esperavam que o redesenho do mapa mundial libertasse a China. Mas suas esperanças foram frustradas. Apesar de ter apoiado os Aliados, o Tratado de Versalhes na verdade entregou o controle de partes da China ao Japão. Essa dura lição de imperialismo desencadeou um movimento de massa de estudantes chineses conhecido como Movimento de 4 de maio.

Uma nova classe, um novo partido

No início do século 20, uma classe trabalhadora e uma indústria modernas e urbanas estavam se desenvolvendo.

A Revolução Russa teve um efeito profundo na consciência da juventude e dos trabalhadores chineses. As pessoas mais progressistas agora olhariam as ideias marxistas como um caminho a seguir, e não as ideias do liberalismo.

Em 1919, o governo soviético cedeu os territórios que o governo czarista havia roubado da China no passado. No contexto da vergonhosa entrega de Shandong, das mãos alemãs às dos japoneses, pelas costas da China, no Tratado de Versalhes, junto com todas as outras humilhações impostas ao povo chinês pelo Ocidente, este ato do governo revolucionário russo teve um impacto maciço sobre os chineses na época.

Em 1919, a New Youth Magazine de Chen Duxiu já vinha defendendo ideias socialistas há algum tempo. Ele foi inspirado pelo partido bolchevique disciplinado e revolucionário que liderou a revolução russa. Li Dazhao, o outro notável fundador do PCCh e professor na Universidade de Pequim, também abraçou a Revolução Russa e formou um grupo de estudo marxista entre os estudantes. Ele fez contato com a Comintern [Interncional Comunista] e se juntou a Chen Duxiu e seus numerosos seguidores para fazer os preparativos para a fundação do PCCh.

O Manifesto do PCCh foi publicado em novembro de 1920. Declarava abertamente a intenção de conduzir a classe trabalhadora ao poder em uma revolução socialista, marcando uma ruptura fundamental com a ideia até então dominante da necessidade de se formar uma democracia parlamentar burguesa ao estilo ocidental.

Após essa atividade inicial de propaganda, o grupo realizou uma conferência de fundação em julho de 1921. Na época da conferência, o partido podia reivindicar apenas 50 membros, com cerca de 12 deles participando da reunião. É surpreendente que dentro de quatro anos este partido se encontrasse liderando uma revolução proletária. Sem a formação da Comintern, não pode haver dúvida de que o PCCh não teria sido formado, certamente não de uma maneira tão oportuna e com um compromisso tão claro com a revolução.

Movimento 30 de maio

O PCCh foi fundado tão cedo no desenvolvimento da classe trabalhadora chinesa, que, na verdade, precedeu a formação de sindicatos na China. Na verdade, a maioria dos primeiros sindicatos foi criada pelo PCCh no início dos anos 1920.

Assim como o PCCh, o movimento operário cresceu com velocidade e militância surpreendentes. A classe trabalhadora chinesa ainda era numericamente pequena, mas tinha um enorme peso social, em primeiro lugar por seu papel econômico essencial na realização do trabalho em todas as áreas-chave da economia e, em segundo lugar, por sua capacidade de desenvolver uma consciência desse poder.

Greves militantes estavam ocorrendo em uma fábrica de algodão de propriedade japonesa em 1925 em Xangai. Um dos capatazes japoneses matou um manifestante. Durante as manifestações de solidariedade estudantil que se seguiram, a polícia britânica atirou e matou vários manifestantes, provocando manifestação após manifestação e greve após greve em toda a China. Os imperialistas e seu governo fantoche não sabiam o que fazer, tão furiosa era a revolta.

Depois que mais manifestantes foram mortos por soldados britânicos, uma greve geral foi declarada.

“Hong Kong, a fortaleza da Grã-Bretanha na China, ficou totalmente imobilizada. Nenhuma roda girou. Nem um fardo de carga se moveu. Nenhum navio deixou o ancoradouro … Em Guangzhou, os trabalhadores limparam as casas de jogos de azar e os antros de ópio e os converteram em dormitórios e cozinhas para os grevistas. Um exército de 2.000 piquetes foi recrutado entre os grevistas e uma barreira sólida foi lançada em torno de Hong Kong e Shameen. O movimento foi, segundo todos os relatos, soberbamente organizado. Cada cinquenta grevistas nomeou um representante para uma Conferência de Delegados de Grevistas, que, por sua vez nomeou treze homens para servir como um comitê executivo” (Isaacs, A Tragédia da Revolução Chinesa).

Os trabalhadores estavam enviando um sinal claro de que esta era sua revolução. Sem ser solicitados por ninguém, expressaram uma criatividade ousada, determinação e coragem diante das mais poderosas potências militares do planeta, assumindo os órgãos do poder operário de forma exemplar.

Nas principais cidades de Xangai, Hong Kong e Guangzhou, os trabalhadores efetivamente detinham o poder. O PCCh, auxiliado e aconselhado pela Comintern, deveria ter entendido e ajudado os trabalhadores a se tornarem conscientes do poder que estava em suas mãos. Como a trágica experiência da Revolução Alemã acabara de mostrar, tal situação é perigosa. Se os trabalhadores desafiam o poder dos capitalistas, mas não conseguem substituí-lo por nada, a contrarrevolução é inevitável. Então, por que o PCCh fracassou em ajudar os trabalhadores a tomar a iniciativa?

Duas etapas

O PCCh foi fundado quando a Comintern ainda era liderado por Lenin e Trotsky. No entanto, em 1925, Stalin usurpou o poder na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e, consequentemente, na Comintern. Ele representava uma casta conservadora de burocratas que foram capazes de chegar ao poder graças ao isolamento da revolução em um país e ao esgotamento da classe trabalhadora russa. Sua casta não tinha interesse na revolução mundial. Eles inverteram o princípio do internacionalismo e subordinaram a Comintern e a luta proletária internacional aos seus próprios interesses mesquinhos.

De sua perspectiva conservadora, a revolução chinesa era irreal. Como burocratas, eles não tinham fé na classe trabalhadora chinesa. O método deles era, em vez disso, fechar um acordo com um partido mais “realista” na China. Este era o já bem estabelecido Kuomintang, o partido de Sun Yat Sen. Era um partido nacionalista burguês.

Apesar de todos os fatos no terreno, a Comintern controlada por Stalin defenderia continuamente, a partir de 1923, que o PCCh e a classe trabalhadora não poderiam desempenhar nenhum papel de liderança na revolução que se aproximava, mas poderiam, na melhor das hipóteses, ser um auxiliar do Kuomintang e da burguesia chinesa. Sob um acordo com o então líder do Kuomintang, Chiang Kai Shek, os membros do PCCh teriam que se juntar ao Kuomintang como membros individuais e lhes foi negado o direito de criticar sua liderança! Deve-se notar que Chiang Kai Shek foi elevado aos céus por Stalin, e até mesmo recebeu um posto na liderança da Comintern, apesar de nunca ter sido membro do movimento comunista ou operário, na tentativa de comprar sua lealdade.

Stalin não conseguia entender que a militância dos trabalhadores chineses levaria inevitavelmente a burguesia chinesa para longe da classe trabalhadora em greve e para as mãos dos imperialistas, barrando qualquer possibilidade de uma aliança significativa Comintern/Kuomintang.

Esta linha sempre foi contestada pelo fundador do partido, Chen Duxiu. Na verdade, muitos membros importantes do PCCh, incluindo Chen Duxiu, iriam se juntar à Oposição de Esquerda de Trotsky, que também se opôs a apoiar o Kuomintang. A Comintern estalinizada recorreu à expulsão desses membros e instalou uma liderança subserviente a Stalin.

Desta forma, o PCCh deixou de ter o mais promissor dos começos para se encontrar criminosamente despreparado para a revolução.

O Kuomintang pega carona no PCCh

Sem uma liderança capaz de apresentar um programa para levar o movimento adiante, a onda de greves foi abrandada. Em Guangzhou, apesar da militância da classe trabalhadora, a recusa do PCCh em organizá-la para a conquista do poder permitiu que o Kuomintang chegasse ao poder.

Apesar do poder e da organização impressionantes dos piquetes em Guangzhou, houve pouca mudança nas condições sociais sob o novo governo do Kuomintang. As massas foram efetivamente instruídas a serem pacientes e a não esperar qualquer mudança imediata na vida das mesmas pessoas que subiram ao poder em suas costas.

Sempre que os operários e camponeses se moviam contra o imperialismo, eram condenados pelo Kuomintang por não envolver todas as classes da China. “O Kuomintang está colocando diante de si a tarefa de libertar da opressão não apenas os trabalhadores e camponeses, mas também os industriais e mercadores”. (Declaração de Left Kuomintang, 25 de maio de 1927, Hankou).

Uma crescente consciência do perigo para a classe trabalhadora e os comunistas surgiu dentro do Kuomintang, e os propagandistas e agitadores dentro do partido começaram a se organizar. Chiang Kai-shek, o general do Kuomintang apoiado por Stalin, rapidamente passou a representar essa camada à direita do Kuomintang em sua missão contra os trabalhadores.

Os imperialistas mais inteligentes compreenderam rapidamente o que significava a eclosão da greve de massas e iniciaram uma política de reaproximação com a burguesia chinesa. Eles jogaram com os temores da burguesia chinesa de que as greves ficassem fora de controle e ameaçassem a propriedade privada, e derrubassem toda a sociedade chinesa com eles.

Antes desses eventos, os imperialistas conseguiram alienar toda a sociedade chinesa com seu racismo, isolando áreas especiais das cidades como “concessões” nas quais apenas ocidentais ricos tinham permissão para se mover (com concessões para seus serviçais, é claro). Mesmo o mais ilustre dos empresários chineses teve sua entrada negada nesses clubes de cavalheiros.

Mas as revoluções são boas para dar relevo às verdadeiras relações de classe. Nestas graves horas para o imperialismo, os britânicos, americanos e franceses de repente esqueceram seu racismo. Eminentes “senhores” chineses foram convidados para uma reunião especial com os mais poderosos empresários ocidentais precisamente na área de concessão em Xangai, à qual antes não tinham acesso. Elogios elevados e elogios doentiamente doces foram trocados de ambos os lados, foi declarado um momento de emergência e se acordou o interesse comum em prevenir qualquer tolice futura da classe trabalhadora.

O golpe de Chiang

O general do Kuomintang, Chiang Kai-shek, como um verdadeiro militar, assumiu a iniciativa e tomou o poder através de um golpe, no qual a ala esquerda do Kuomintang, assim como o PCCh, foram abertamente derrotados. Ele usou a cobertura das trevas da noite para garantir todas as posições de poder sobre o movimento de massa com suas forças militares, de modo que, na manhã seguinte, seu poder já estava consolidado, levando à confusão e desmoralização total entre a esquerda do Kuomintang e o PCCh.

E, no entanto, Stalin ainda se recusou a tirar as conclusões e escondeu a notícia desse constrangimento de toda a Comintern por um ano, semeando uma enorme confusão entre os comunistas chineses que não sabiam que “seu homem” no Kuomintang acabara de organizar um golpe contrarrevolucionário. Depois de tudo isso, Stalin aceitou o ridículo e patético “pedido de desculpas” de Chiang por essa “ação equivocada” e continuou a fornecê-lo armas!

Esses acontecimentos alarmantes colocaram à prova a relação do PCCh com a Comintern, que constantemente agia pelas costas dos comunistas chineses para garantir o que queria. Vez após vez, os principais comunistas chineses tentaram propor resoluções contra a política de apoio ao Kuomintang, mas Moscou repetidamente as rejeitou. Eles chegaram ao ponto de suprimir esses movimentos na esperança de manter a “aliança” com o Kuomintang.

Xangai

Tendo assegurado o poder no Sul, Chiang marchou em direção a Xangai e contra os vários governos dos warlords [senhores da guerra] em toda a China. Antes de sua chegada, a União Geral do Trabalho de Xangai (UGT), que foi fundada e liderada por camaradas do PCCh, organizou e coordenou uma imensa reviravolta na atividade de greve nos primeiros meses de 1927 com a intenção de enfraquecer o regime existente e, tragicamente, dando as boas-vindas ao seu “salvador” Chiang Kai Shek.

Essas greves paralisaram totalmente a cidade e o regime e conquistaram as fileiras dos militares e da polícia da cidade, que se juntaram aos trabalhadores na criação do Escritório Provisório de Segurança Pública dos Trabalhadores. Na verdade, os trabalhadores de Xangai formaram seu próprio governo revolucionário sem a ajuda de Chiang.

Mas seguindo a lógica servil de apaziguar Chiang para evitar um “conflito prematuro”, a Comintern ordenou aos trabalhadores que escondessem ou enterrassem todas as armas que haviam acabado de tomar em tal esforço heroico.

No dia seguinte à chegada de Chiang à cidade, ele ordenou o fechamento da UGT – apenas alguns dias depois de ter organizado a tomada de Xangai! No dia seguinte, Chiang deu uma entrevista para um jornal estrangeiro na qual prometeu “remover todos os obstáculos” para restaurar a “amizade” entre a China e o Ocidente. Então, no início de abril, os principais banqueiros chineses ofereceram a Chiang 15 milhões de dólares de Xangai com a condição de que ele “suprimisse as atividades comunistas e trabalhistas”.

A China experimentou seu segundo e mais decisivo golpe nas mãos de Chiang Kai-shek em 12 de abril de 1927, na cidade de Xangai, um ano após o primeiro. Centenas de camaradas do PCCh foram mortos naquela noite e estima-se que cerca de 12 mil membros e simpatizantes do PCCh foram executados em Xangai em todo o mês de abril.

Nascimento do “Maoísmo”

Este golpe sangrento marcou a derrota da revolução de 1925-7. Mas, como em todas as partes, Stalin não podia admitir estar errado, nem permitir qualquer crítica a seus erros óbvios. Como resultado, foi declarado que tudo isso havia sido previsto, que Stalin sabia que Chiang se exporia como um contrarrevolucionário, e só agora era o momento certo para se manifestar contra ele. Então ao PCCh foi ordenada a ofensiva, e em Xangai, Nanchang, Guangzhou e Hunan, uma cidade após a outra, o PCCh lançou insurreições desesperadas e completamente despreparadas sem qualquer apoio da classe trabalhadora em geral.

Em cada caso, um pequeno número de camaradas do PCCh rapidamente conquistou posições estratégicas nas cidades e declarou uma comuna. Mas essas “comunas” foram criadas nas costas da agora desmoralizada classe trabalhadora. Em cada um desses casos, os militares do Kuomintang foram capazes de recapturar as cidades facilmente e executar os principais membros do PCCh envolvidos.

Essas derrotas foram tão amplas que efetivamente acabaram com a presença do PCCh em todas as principais cidades da China. Na verdade, foram essas insurreições estúpidas que deram origem, involuntariamente, ao que é conhecido como Maoísmo, pois os camaradas restantes do PCCh fugiram para o campo. As bases ali estabelecidas tornaram-se os famosos “sovietes rurais” liderados por Mao.

A incapacidade do partido de digerir honestamente essas derrotas foi mais uma vez imposta ao partido de Moscou. Muitos, é claro, chegaram às suas próprias conclusões, e mais e mais jovens membros do PCCh estavam se voltando para a oposição de esquerda de Trotsky. Moscou interveio fortemente para garantir que qualquer pessoa suspeita de “trotskismo” fosse expulsa do partido, incluindo o fundador do partido, Chen Duxiu. Uma nova liderança mais compatível foi instalada.

Como resultado, o partido foi impedido de aprender com essas experiências. Em vez de se reorganizarem para reconstruir sua base entre os trabalhadores, eles mergulharam de cabeça na luta rural, perdendo completamente sua base entre a classe trabalhadora urbana. Como resultado, a eventual derrubada do regime de Chiang foi conseguida não pelas cidades e pela classe trabalhadora, mas por meio da luta armada rural.

O sucesso da revolução em 1949 é a prova do sacrifício heroico de centenas de milhares de camaradas do PCCh. Bem mais de 90% de seus membros morreram nessa luta. O capitalismo foi derrubado na China, mas a um custo imenso para os comunistas chineses, e não graças a Stalin.

No entanto, o fracasso da revolução de 1925-7 não nos deve levar a conclusões pessimistas. Mas devemos aprender as lições dessa revolução fracassada – a classe trabalhadora deve lutar de forma independente e contra o capitalismo. O fato dessa classe trabalhadora tão nova ter chegado tão perto de derrubar o capitalismo mostra como a classe pode aprender rapidamente e como pode ser ousada. Cem anos depois, uma nova classe trabalhadora muito maior foi formada na China – a maior do planeta. Quando esta classe se mover, não haverá poder na terra que possa detê-la.

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