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“Assim como na guerra, ninguém faz uma revolução de boa vontade. A diferença consiste em que, numa guerra, o papel decisivo é o da coação; numa revolução não há coação, a não ser a das circunstâncias. A revolução acontece quando não há outro caminho” (Trotsky, A História da Revolução Russa, Capítulo 43, ‘A Arte da Insurreição’)

O dia 1º de fevereiro foi o maior dia de greve coordenada em mais de uma década, com meio milhão de pessoas em greve. Conversamos com trabalhadores em piquetes e manifestações em todo o país sobre sua luta contra os ataques dos patrões e o projeto de lei anti-sindical dos Conservadores.

Um segundo “dia de ação” em 31 de janeiro viu grandes multidões irem às ruas da França para se opor aos planejados ataques de Macron às pensões. A confederação sindical CGT estimou o número de participantes em 2,8 milhões, o que, se correto, seria a maior manifestação individual desde 2010.

Com a chegada do Ano Novo Lunar, a classe trabalhadora chinesa viu-se engajada em uma onda de greves econômicas, protestos e manifestações. Enquanto essas lutas variam em termos de escala e militância, coletivamente elas dão uma indicação clara do aprofundamento da crise socioeconômica, e da furiosa onda de luta de classes que ela está se desencadeando contra o regime capitalista.

Mais de um milhão de pessoas estiveram nas ruas da França quinta-feira em mais de 200 comícios, como parte de uma greve nacional contra o último ataque do presidente Emmanuel Macron às pensões. Trabalhadores das ferrovias, do sistema de transporte de Paris, das refinarias de petróleo e da mídia; junto com professores, funcionários públicos, motoristas de caminhão e bancários, todos se opuseram aos planos de Macron de aumentar a idade de aposentadoria. O potencial para um confronto existe, mas os líderes trabalhistas estarão à altura da ocasião?

As elites globais se reuniram em Davos na semana passada para discutir o destino e o futuro do capitalismo. Com a economia mundial assolada pela inflação e pela instabilidade, prevaleceu um clima de pessimismo. Precisamos de uma revolução para tirá-los de seu estresse.

Esta é uma semana crucial para o movimento contra o golpe no Peru. Apesar da repressão brutal e contínua, os trabalhadores, camponeses e estudantes em luta contra a presidente ilegítima Dina Boluarte continuam lutando. A confederação sindical do país, CGTP, convocou uma greve nacional para 19 de janeiro e colunas de manifestantes estão convergindo para a capital Lima.

Um mês após o golpe contra o presidente Castillo em 7 de dezembro, o novo governo ilegítimo de Dina Boluarte usou a brutal repressão policial e do exército para reprimir os protestos, deixando 45 mortos. Operários e camponeses resistiram ao golpe com manifestações de massa, bloqueios de estradas, greves gerais nacionais e regionais e a formação de comitês de luta em todo o país em um movimento que tem seu epicentro nos departamentos mais pobres e indígenas do sul. Quem esteve por trás do golpe de 7 de dezembro e quais são as perspectivas para o movimento de resistência de massas?

A invasão perpetrada por grupos bolsonaristas no Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal ontem (8/1), contra o resultado eleitoral e clamando por uma intervenção militar, deve ser fortemente repudiada e combatida pelo movimento operário, popular e estudantil.

Quase um mês se passou desde o golpe contra o governo de Pedro Castillo. Um golpe orquestrado pela CONFIEP, pelo aparato burguês do Estado, pelo Fujimorismo, pelas multinacionais mineiras e pela embaixada dos Estados Unidos contra um presidente democraticamente eleito pelo povo trabalhador do Peru.

Entrámos num período de crise, guerra e revolução. Apesar dos prodigiosos avanços tecnológicos e científicos das últimas décadas, o capitalismo revela-se incapaz de proporcionar condições de vida minimamente dignas para maioria da população do planeta e, mesmo entre os países economicamente mais desenvolvidos, não deixam de crescer as desigualdades sociais, a exclusão e a precariedade como forma de vida. E por toda a parte a sustentabilidade ambiental é sacrificada no altar do lucro.

A montanha pariu um rato. Ontem, o Congresso peruano voltou a considerar a questão de uma eleição antecipada, que havia rejeitado na última sexta-feira. Quando Dina Boluarte substituiu ilegitimamente ao presidente Castillo, ela anunciou que ficaria no cargo até 2021. Isso se tornou insustentável. Claramente, uma parte da classe dominante no Peru entende que deve reformar o sistema político para tentar conter a enorme onda de indignação levantada pelo golpe do Congresso contra o presidente Castillo em 7 de dezembro.