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Ontem à meia-noite e quinze, recebi um telefonema do México com notícias que me afetaram profundamente. Informaram-me que meu velho amigo e camarada Esteban Volkov não existia mais. Embora eu não possa dizer que esta notícia foi totalmente inesperada, uma vez que Esteban atingiu a idade avançada de 97 anos em março, ela me encheu de um profundo sentimento de perda irreversível, não apenas de um amigo muito querido, mas da última ligação física que existia com um dos maiores revolucionários de todos os tempos, Leon Trotsky.

A direção do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), partido do governo na Venezuela, caminha para a fase decisiva de seu plano de minar o Partido Comunista da Venezuela (PCV). Em 21 de maio, um grupo de agentes a soldo realizou um fraudulento “Congresso Extraordinário de Filiais do PCV” em Caracas, usurpando a sigla e os símbolos do Partido Comunista e preparando o terreno para futuros ataques ao partido por parte do Estado.

A eleição de Lula no Brasil e de Petro na Colômbia em 2022 aumentou o ruído na mídia e nos círculos de esquerda sobre uma segunda “maré rosa” na América Latina. Esta é uma referência à onda de governos ditos “progressistas’ que governaram por vários anos em vários países do continente entre 1998-2015. Talvez seja mais apropriado descrever esses governos como uma maré “rosa”, pois certamente estão longe de ser “vermelhos” socialistas. É preciso examinar o caráter dessa primeira onda, os motivos que permitiram que ela durasse tanto, porque chegou ao fim e as diferentes condições enfrentadas por esta nova onda.

Os relatos parciais e confusos de confrontos no front do Donbass apontam para o início da tão anunciada contraofensiva ucraniana. Com base em informações incompletas, é impossível fazer um prognóstico definitivo. As linhas seguintes, portanto, têm um caráter totalmente condicional.

A crise do capitalismo é também a crise da ordem mundial após a queda da União Soviética, baseada na dominação do imperialismo norte-americano. Com a ascensão da China como potência mundial, com a Rússia assumindo uma postura cada vez mais desafiadora internacionalmente e com os EUA incapazes de intervir militarmente em grande escala, seu poder de polícia mundial não carrega mais o mesmo peso nem garante a obediência que antes garantia. Isso tem grandes implicações para o equilíbrio de poder no cenário mundial.

Nos últimos dias, uma série de anúncios públicos foram feitos sobre os investimentos russos em Cuba. “Eles estão nos dando um tratamento preferencial, o caminho está livre”, declarou Boris Titov, chefe da delegação russa no encerramento do Fórum Econômico Empresarial Cuba-Rússia. As condições oferecidas aos capitalistas russos são muito favoráveis: concessões de terras por 30 anos – mais longas do que as que vigoraram até agora – isenções de impostos na importação de máquinas e repatriação de lucros.

A primeira volta das eleições presidenciais na Turquia não resultou num vencedor claro. O atual presidente Erdogan do AKP (com 49,3% dos votos) será forçado a ir a uma 2ª volta pela primeira vez. O seu rival será Kemal Kılıçdaroğlu do CHP, o Partido Popular Republicano. Esta eleição foi uma batalha difícil para o AKP, que governou a Turquia por 20 anos, mas ainda assim Erdogan não foi despojado do poder.

O dia 1º de maio marcou um ano desde que a direita conservadora voltou ao poder na Coreia do Sul sob o comando do presidente Yoon Suk-yeol, do Partido do Poder Popular (PPP). Este período foi marcado por ferozes ataques do governo à classe trabalhadora, com uma correspondente ascensão da militância de classe. À medida que a crise capitalista se aprofunda, a luta de classes sul-coreana alcançará novos patamares.

As peripécias em torno da TAP saíram fora do controle e causaram um conflito aberto entre a presidência e o governo. O Partido Socialista de António Costa chegou ao poder com maioria absoluta em janeiro de 2022. Após pouco mais de um ano está assolado por escândalos e divisões.

O banqueiro Lasso, presidente do Equador, utilizou-se do procedimento de "morte cruzada" para fechar o Congresso Nacional apenas duas horas antes do início da votação de seu processo de impeachment por corrupção. Agora, devem ser convocadas eleições dentro do prazo de seis meses, para a renovação tanto do Executivo (a presidência) quanto do Legislativo (o congresso). Mas, nesse ínterim, o presidente permanece no cargo e vai governar por decreto e sem controle parlamentar. Portanto, é um autogolpe.

O nauseante nacionalismo em torno das celebrações da coroação na Grã-Bretanha foi acompanhado por uma série de prisões arbitrárias. A classe dominante está se preparando para as batalhas que virão. Os trabalhadores e os jovens devem reagir com uma luta de classes militante.

Com a classe trabalhadora enfrentando ataques violentos aos salários, condições e serviços públicos, o espalhafatoso carnaval da coroação [de Charles III] está sendo recebido com apatia e repulsa. O Socialist Appeal apoia a abolição total da monarquia e uma república socialista da Grã-Bretanha!

“Toda reação alimenta e reforça os elementos do passado histórico em que a revolução desferiu um golpe sem ter conseguido aniquilá-lo” (L. Trotsky)

Promovidas por alguns ativistas como um meio de combater a opressão, as políticas de identidade estão cada vez mais sendo usadas pelo establishment para atacar a esquerda e o movimento operário. Os trabalhadores e a juventude devem contra-atacar com a luta de classes revolucionária.