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O mais recente artigo de Alan Woods sobre a revolução em curso no Egito traz uma rica análise das últimas manifestações de milhões de pessoas no Cairo, Alexandria e outras cidades, além de explicar a fase em que se encontra o movimento revolucionário.

O marxista paquistanês Lal Khan analisa as relações de Mubarak com a revolução em curso no Egito, bem como as relações das massas com as Forças Armadas e as perspectivas para a atual situação em todo o mundo árabe.

Acabamos de receber a declaração que se segue. O maravilhoso movimento dos trabalhadores e da juventude do Egito é uma inspiração para todo o mundo. Dá novas esperanças aos explorados e oprimidos, não apenas no Oriente Médio, mas em todo lugar.

Com as palavras acima, Robert Fisk descreve os dramáticos acontecimentos na Praça Tahrir, onde as forças da Revolução bateram de frente com as da contrarrevolução. Durante todo o dia e por toda a noite, uma feroz batalha assolou a Praça e as ruas ao redor.

Em 14/01 o levante revolucionário das massas na Tunísia fez história. Tal foi a intensidade da revolta que o ditador Ben Ali teve que fugir do país que governou durante 23 anos. Depois de seu "amigo" Sarkozy negar asilo, foi aceito pela monarquia saudita.

À luz dos recentes acontecimentos no Egito, onde uma turba de policiais à paisana e mercenários organizou uma série de ataques contra o povo revolucionário que ocupa o centro do Cairo, Alan Woods analisa a situação e as relações de Mubarak com os EUA.

Na manhã de 1º de fevereiro, pouco antes de imagens da rede de TV Al Jazeera mostrarem 2 milhões de egípcios em comício no centro do Cairo, o camarada Alan Woods escrevia as linhas que seguem, com uma análise marxista ácida e perspicaz.

Depois de um silêncio muito criticado, Mubarak finalmente se pronunciou sobre os protestos que o povo tem feito contra ele. A reação inicial do povo foi de raiva. Recebemos esta carta de um socialista egípcio escrita logo após o pronunciamento do ditador.

O levante popular contra o governo Mubarak continua. Na manhã de domingo o sol avermelhou mais um dia tenso após uma noite de manifestações de massa e protestos que fizeram do toque de recolher uma piada. Esse fato surpreendente expõe a situação real.

Cinco dias de revolução e o movimento continua a crescer em tamanho e em intensidade. Na última noite, o toque de recolher foi ignorado e hoje há mais pessoas nas ruas do que ontem. Um novo toque de recolher foi decretado a partir das 16h (horário egípcio), mas este é tão inútil quanto o primeiro. Antes mesmo do toque de recolher iniciar, um número ainda maior de manifestantes estava tomando as ruas.

As chamas da fúria estão se espalhando por todo o Egito, e nada pode detê-las. O destino do regime de Mubarak está na corda bamba. Hoje (28/01) houve confrontos violentos nas ruas do Cairo e de outras cidades egípcias – a luta pelo poder entrou numa nova fase. Os protestos foram convocados após as orações de sexta-feira. O regime alertou: todos os protestos serão reprimidos com força total por parte do Estado. O palco estava preparado para um confronto dramático.

As manifestações de massa exigindo a renúncia do presidente Hosni Mubarak continuam intensamente desde terça-feira em várias cidades, incluindo Cairo e Suez.Fontes do Debkafile* informam que a situação do Cairo na quarta-feira foi extremamente tensa após milhares de manifestantes saírem às ruas e percorrerem o caminho da Praça Tel Talat Harb até a Praça da Libertação no centro da cidade, onde 30 mil manifestantes haviam protestado na terça-feira.

O dia 26/1 foi marcado por manifestações ainda mais massivas em toda a Tunísia contra o Governo de ‘Unidade Nacional’, cujos principais ministros provêm do odiado governo do ditador Ben Ali, que foi forçado pelas massas a fugir do país duas semanas antes.